Consumismo Infantil e Consumo Consciente

Por Lucia Tiemi Nakata |

Em um papo descontraído e muito enriquecedor, a Dra. Claudia Pontes, especialista em Direito do Consumidor e militante na causa que luta contra o consumismo infantil, trouxe tal assunto em pauta, sendo inclusive, tema de sua iniciação científica na graduação em letras e o seu projeto para o Mestrado, e que eu como admiradora e também mãe só posso torcer para se tornar um estudo muito conhecido e disseminado em nossas escolas, casas e em todo entorno de nossa crianças.

Deixando de lado esse anseio e esta imensa alegria de poder receber um pouco do conhecimento desta incrível profissional, trataremos aqui de forma o mais simples e educativa possível deste tema: consumismo Infantil.

Atualmente um dos fatores para a elevação do consumismo infantil é a publicidade, ou ainda, os atrativos desenhos animados envoltos a publicidade, onde inclusive os pais, adultos responsáveis, e todos em volta destas crianças, não veem problemas, pois entendem não serem direcionados, apenas informativos, mas será isso mesmo? 

Como vemos então os desenhos, vídeos e várias outras atividades, que relacionam a um produto ou serviço? Porque a nova profissão conhecida como YouTuber se elevam de patrocínio se não houvesse um interesse significativo para com o Consumismo Infantil?

São estas perguntas que nos leva a primeira questão trazida pela Dra. Cláudia, a qual nos ensina que apesar desta ser uma consideração de extrema importância, não é apenas ela que leva uma criança a se tornar um consumidor compulsivo, mas a falta da educação consciente, onde os pais e educadores ensinam as crianças a terem e fazerem seus próprios brinquedos de forma a reciclar produtos e embalagens, o que nos leva a nossa segunda questão.

Seria o consumismo engatilhado por ter os pais o peso na consciência de não poderem dar mais atenção a seus filhos e por isso entende que a melhor forma de compensar seus filhos seja dar-lhes presentes?

Para a Dra. Cláudia, este também é um fator, pois, os pais pagam seus filhos com presentes, ou promessas de dar-lhe algo que querem, para substituir sua presença e em sua consciência, de forma ludibriosa os pais entendem que podem ficar de consciência limpa e se sentirem melhores por não estarem presentes.

Contudo, mais que uma simples relação as crianças necessitam de ensinamento, e não precisamos ficar o dia com elas, bastaria alguns minutos no dia, na semana ou mesmo no mês, aquele pequeno tempo serve para ensinar a elas serem conscientes em suas escolhas, e mostrar-lhes sua empatia e carinho, por elas e por nossa natureza.

Durante esta incrível conversa, fomos interrompidas por uma ilustre convidada surpresa, a filha da Dra. Cláudia, Estela, que com um simples exemplo me trouxe uma iluminação como mãe ela nos disse: outro dia fui ao shopping com minha mãe e vi em uma loja um conjunto de brinquedo feitos de plástico que era para montar um hambúrguer, eu achei feio, pois eu fiz um de papelão que ficou muito mais bonito, além de ser mais barato.

Esta interrupção surpresa, me fez ver como é importante ensinar nossas crianças a serem conscientes com seu consumo, será que é tão difícil termos alguns minutos para ensinar nossas crianças a fazer um hambúrguer de papelão?

Então porque não ensinar a criança a ter a consciência da criação de seus brinquedos e dar a elas ainda a oportunidade de desenvolver sua criatividade, imaginação e coordenação motora, além claro da instrução sobre o consumo consciente, e a preservação dos nossos recursos naturais.

Assim, além destes pontos, a Dra. Cláudia tocou em um muito importante, estes não são os únicos fatores da elevação ou condução para o consumismo infantil, mas apenas parte da imensa gama de pressupostos que fazem nossas crianças a se tornarem consumidoras consciente ou não.

Por fim, questionei a Dra. Cláudia qual seria, na opinião dela, a melhor forma de melhorar isso, e sua resposta é o que sabemos como mães, pais e sociedade, temos que conversar com nossas crianças fazendo-as entender e aprender a ser um consumidor consciente, e como podemos ver na compra que fazemos se a necessitamos ou apenas desejamos.

Isto tudo não apenas por se tratar de educação, melhoria e preservação dos nossos recursos naturais, mas também de sermos mais econômicos e valorizar nossas conquistas, seja elas econômicas, de desenvolvimento ou de consciência.

Este assunto tão importante tem diversos pontos relevantes, e gostaria muito de trazer muito mais informações, mas este é um artigo apenas para quem lê aguçar seu interesse e possa buscar novos conhecimentos e sentir o mesmo que eu quando a Dra. Cláudia me apresentou este tema, imensamente empolgada. Espero que consiga dar a você leitor este sentimento.

Agradeço finalmente, mais uma vez a Dra. Claudia Pontes, por trazer este assunto tão interessante a nosso conhecimento e ainda, espero ter dado a ele a atenção devida e não tenha deixado nenhum ponto da nossa conversa de fora deste artigo.

Abro por fim um adendo para descrever a vocês algo que aprendi com a Dra. Cláudia, consumismo é uma doença, ao contrário do consumo que é algo normal, pois, quanto membro de uma sociedade temos essa necessidade de consumir, mas quando isto passa algo descontrolado é o consumismo, uma doença.


Lucia Tiemi Nakata

Especialista em Direito Civil, Família, Previdenciário, Tributário, Trabalhista e Consumidor.